quarta-feira, 20 de abril de 2011

Portugal exporta engenheiros e arquitectos para o Brasil

Faltam 70 mil engenheiros por ano no Brasil. Portugal compete por vagas em civil

Está em Português de Portugal mas dá pra entender. rsrsr
"No Brasil está a chover muito e Portugal fabrica guarda-chuvas." A metáfora serve neste caso para ilustrar a realidade dos dois países e o interesse de cada um. Por ano, formam-se cerca de 30 mil engenheiros no Brasil, mas são precisos mais de cem mil. Portugal quer colmatar a falta de 70 mil profissionais licenciados, particularmente em engenharia civil, e aumentar o número de arquitectos, para trabalharem nas obras e nos projectos do Campeonato do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016. O bastonário dos engenheiros portugueses, Carlos Matias Ramos, revelou  que tem sido contactado por muitas empresas e profissionais portugueses "no sentido de agilizar o processo e encurtar os tempos" de transferência para o Brasil. "Há engenheiros que querem ir trabalhar para empresas brasileiras, outros para sociedades restritas de empresas portuguesas e ainda em parceria."


O presidente do CONFEA, Marcos Túlio de Melo, lembra que as áreas com mais procura e necessidade urgente de know-how envolvem "os sectores estratégicos do petróleo, gás e construção civil". "Com um crescimento de 7% do PIB ao ano, há uma necessidade muito grande de profissionais que o próprio mercado e sistema educativo brasileiro não suportam porque não se prepararam com a devida antecedência", nota.

 O embaixador de Portugal em Brasília tem-se multiplicado em encontros para acelerar o processo de exportação e aumentar o número de protocolos em diferentes áreas.

Em contrapartida, para o Brasil colaborar com este processo, encurtar os tempos e inserir profissionais no mercado, o CONFEA quer um acordo bilateral a médio--longo prazo. "Quando o mercado europeu estava em ascensão, não houve nenhuma flexibilização e tivemos muita resistência. Queremos discutir com as organizações dos dois países, e com o governo, uma abertura de Portugal, e da Europa em geral, quando retomarem o crescimento."

Carlos Matias Ramos, que tem sido uma das vozes mais sonantes em matéria de exportação de engenheiros para o Brasil, teme apenas que Portugal perca grande parte deles. "Não gosto da emigração de engenheiros, porque perdemos todo o investimento que foi feito", aponta. Para o bastonário, a exportação pode privilegiar uma parceria entre os dois países que "mantenha os engenheiros ligados a Portugal".

Além dos engenheiros, o mercado brasileiro começou a atrair arquitectos portugueses. Neste momento são cerca de 200, mas "estamos numa fase inicial", frisa o bastonário dos arquitectos, João Belo Rodeio. O mercado nacional está "estagnado, há falta de encomenda e há um estrangulamento dos arquitectos". Belo Rodeio explica ao i que os "eventos desportivos dos próximos anos" são o principal motivo de interesse.

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